domingo, 27 de setembro de 2015

Adelante Viajar!

27 de setembro de 2015, dias após completar meu 31º aniversário, dias após refletir sobre rumos, relacionamentos humanos e finanças (sim finanças), decidi que devia voltar a escrever e ter a escrita como foco.
Li por acaso este meu blog há muito abandonado, mas as palavras aqui registradas reavivaram em mim a vontade planejar, pesquisar e por fim concretizar mais uma viagem. Ainda não tenho o destino, mas tenho o primeiro passo: cortar gastos, deixar de fazer compras parceladas para ter o dinheiro necessário. Pode parecer besteira, e pode ainda nem parecer, mas eu sou um gastador compulsivo. Hoje procurava desesperadamente em um site de compras algo para comprar, e não tinha nem ideia do que exatamente queria, apenas queria. Um DVD novo, um jogo, um fone de ouvido, uma TV nova, tanto faz, desde que eu pudesse suprimir aquela vontade de comprar, desde que pudesse ter aquela sensação maravilhosa de ter algo novo. Procurei, procurei, e o site me mostrou um destino de viagem em promoção: "viaje para Itália por apenas (não me recordo o valor)". Foi o suficiente para relembrar de minha viagem ao Chile, comecei a procurar este blog, joguei no Spotify "músicas latinas", e fui tomado por aquele mesmo impulso de 2013. Hoje, definitivamente é meu dia de sorte, e o primeiro da minha próxima viagem.


domingo, 20 de janeiro de 2013

Na Patagônia Sem Wifi


Deixamos para trás a cidade de Pucón, e rumamos para Villarica, uma cidade vizinha. Fomos num micro-ônibus com as malas todas jogadas, tomando pelo menos uns 20% do espaço total do veículo. Por ter sido uma viagem curta, creio que de uns 30 minutos, não foi tão ruim assim. A cidade vizinha tinha preços bem menores que Pucón. Fizemos um lanche rápido, e esperamos nosso próximo ônibus, desta vez daqueles maiores, de viagem mesmo.
Fomos para uma cidade chamada Lanco. Parecia estar naqueles filmes de velho oeste americano, uma cidade bem pequena e o ônibus nos deixou na estrada. Ficamos pra lá e pra cá até finalmente encontrar o ônibus que nos levaria até Panguipulli.
A viagem até Panguipulli foi confortável, o ônibus não era dos mais novos, mas tinha tv e ar. Ah, uma coisa que deixei de citar é que na viagem até Lanco, o ônibus era daqueles que não tinha como abrir a janela por causa do ar condicionado, com um pequeno detalhe: não havia ar condicionado.
Pelo caminho de Panguipulli o cobrador nos deu um desconto de 500 pesos chilenos na passagem, pois éramos brasileiros “buena onda”, e ele disse que adorava o Brasil. Ainda no caminho uma mulher muito simpática puxou papo comigo, e foi me explicando tudo da região. Ao desembarcar em Panguipulli, ela já nos indicou o ônibus que deveríamos pegar, e foi pessoalmente falar com o motorista, para lhe explicar onde deveria parar para nos deixar (pois eu não fazia ideia de onde estaria nossa cabana). Horas de viagem e finalmente chegamos. Pense num lugar distante, onde as pessoas não tem shopping, as ruas são de terra, o supermercado é do tamanho de uma casa e a natureza se mostra um gigante por toda a sua volta. Eram árvores, animais, o grande vulcão Mocho com seu pico nevado e um rio de águas cristalinas. A cabana, bem, a cabana sem comentários. Está em frente ao rio, a noite é um sossego só, o som das águas correndo, enfim, um paraíso.
Depois de passado o momento de contemplação, percebemos que não tínhamos nada na cabana para comer, e o mercado havia ficado alguns quilômetros atrás quando passamos de ônibus. Os eleitos Will e Eric Palinkas tiveram que caminhar estes quilômetros até o mercado, numa estrada que nem iluminação tinha. Foi uma aventura, confesso e quando chegamos ao que parecia ser o centro da cidade, viramos atração. Conhecemos dois chileninhos “Nacho e Gonzalo” que foram puxando papo conosco, e chamou toda a família para nos ver. Paramos num “trailer” de cachorro-quente também, e lá uma senhorinha muito simpática quis me mostrar sua casa, pois fiquei abismado quando ela disse que no inverno a temperatura máxima é de 3ºC. Lá na casinha ela me mostrou o seu forno, onde fazia seus pães caseiros (que inclusive compramos) e também como funcionava o sistema de aquecimento da água, que era a lenha. Minha surpresa foi simplicidade da casa, e ao mesmo tempo o conforto que eles tinham ali. Bom, para não demorar demais com essa empreitada da comida, resumo que compramos as coisas, voltamos cheios de sacolas e no final conseguimos uma carona de volta para a cabana.
No dia seguinte acordamos cedo para nosso passeio ao Parque Nacional Huilo Huilo. Conhecemos nosso motorista Jorge, que é o mestre Jedi na arte de pegar moscas. Por falar em moscas, aqui na Patagônia nesta época tem uma espécie de mosca que aparece até o dia 20 de janeiro, e elas são enormes, maiores que abelhas e são um INFERNO. É horrível o barulho, e tem aos montes. O engraçado é que todos os moradores não as matam, nem usam repelentes, e nós brasileiros, claro, batíamos freneticamente nelas e quando as acertávamos, pisoteávamos até a morte, para a tristeza de Jorge e seus compatriotas.
Voltando ao parque de Huilo Huilo, o lugar é o paraíso na Terra. Fomos até a base do vulcão Mocho para praticar esportes de neve. Mesmo num calor infernal de verão, este parque tem áreas nevadas, segundo nosso outro guia, Patricio, por conta de um glaciar que mantém a temperatura baixa e faz com que a neve permaneça.
A diversão na neve foi garantida, com Igor esquiando, Palinkas de Snowboard e todo o restante andando de moto-neve.
Em resumo, a experiência foi muito boa. Ter um contato maior com a natureza nos faz pensar muitas coisas, e conhecer uma realidade bem diferente da nossa também.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Hasta el Cumbre

Ontem o dia começou cedo para expedição brasileira no Chile. Por engano acordei o Eric Palinkas e o Dr. às 04:00 pois deveríamos acordar às 05:00, e como meu relógio ainda está com o horário de Brasília, despertamos uma hora mais cedo. Xingamentos a parte, nos preparamos para a grande aventura do dia: a subida ao Vulcão Villarica.
Chegamos antes do esperado na frente da agência, não estava nem aberto, mas alguns minutos depois chegou aquele que seria o nosso guia, o viciado em futebol (para alegria do Palinkas), Rodrigo.
Pegamos a van em direção ao Parque Nacional Villarica, a paisagem era maravilhosa o o vulcão imponente contrastando com o fundo. Ao chegar, pegamos nossos equipamentos (bem pesados, diga-se de passagem) e fizemos nossa primeira caminhada até o teleférico. Achei que logo na subida até o teleférico, que era um caminho bem curto, que iria desistir. Pagamos os 7.000,00 pesos chilenos, e subimos até uma parte. De lá deu-se início a verdadeira caminhada.
Esta é a segunda vez que venho ao vulcão Villarica. Na primeira cheguei a um ponto chamado La Capilla, um antigo teleférico destruído por uma erupção. Prometi a mim mesmo enquanto dava as passadas em direção a este ponto, que chegaria ao topo.
A dupla Palinkas e Dennis vinham cantando músicas do "todo poderoso timão" a subida toda, além de provocar o restante dizendo que quem desistisse primeiro, pagaria uma rodada de pisco. O fato é que eu evitei ao máximo falar, para não descompassar minha respiração e concentração. Estava determinado que chegaria ao topo, e mantive-me o tempo todo atrás do guia que nos levava.
Chegando em um determinado ponto, a Hilário não aguentou mais o mesmo ritmo do grupo, e acabou ficando com o guia Andres. Continuamos a subida, minhas pernas doiam demais, o frio era muito, mas ao mesmo tempo estava morrendo de calor pelo esforço da caminhada. De parada em parada, a subida ficava cada vez mais exaustiva, e os sinais de esforço físico mais intensos. Paramos em uma parte, em que achávamos que estávamos bem perto do final, e quando olhamos pra cima, o topo ainda estava muito longe, segundo o guia mais duas horas de caminhada ainda. Foi desanimador, de verdade. Achei que já estava muito próximo, estava esgotado e achei que não duraria as duas horas. Mas como disse, era uma questão de honra.
Continuamos a trilha, evitei olhar pra cima, só seguia o passo do guia e assim fomos, mais algumas paradas rápidas para água e a subida continuava. Nos 15 minutos finais, quase já não restava mais forças para ninguém. Ah, esqueci de mencionar: Maytê, Igor e Erik ficaram com um outro guia pra trás, pois também não conseguiram seguir nosso rítmo.
Voltando aos 15 minutos, estávamos tão exaustos que todos estavam com as pernas tremendo, e no limite físico dos nossos corpos, mas não poderíamos desistir ali, então só ouvia os gritos do Palinkas: falta pouco "moleque", não vamos parar agora.
E foi assim, com um empurrão psicológico e vontade de chegar onde muitas pessoas não chegaram, que conseguimos finalmente, após mais de 5 horas de caminhada, chegar ao topo do vulcão Villarica.
Não preciso nem dizer que a sensação foi maravilhosa, que a vista é indescritível, e que olhar de perto a cratera do vulcão, sentindo a Terra viva, é algo que dinheiro nenhum paga.
A natureza, seja aqueles que acreditem em Deus ou não, é algo perfeito, e poder senti-la nesta intensidade, com todos os sentidos vai ficar pra sempre marcada em cada um que conseguiu conquistar algo tão grandioso.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Pucón

Depois de onze horas de viagem num não tão confortável ônibus, chegamos em Pucón.
Logo de "cara" tivemos uma grata surpresa ao saber que o hostel em que ficaríamos, estava exatamente do lado do terminal rodoviário. Assim que desembarcamos um senhor disse: tienen reserva en Wohlemberg hostel? Respondi que sim, e ele disse: mucho gusto, soy Wohlemberg!
O hostel é muito agradável, um ambiente bem familiar e o sr. Wohlemberg tem um cachorro muito lindo, chamado Mac.
Vou dizer uma coisa que constatei nesta viagem: não é fácil organizar coisas em grupo, principalmente tratando-se de férias em um grupo de 7 pessoas com personalidades e gostos tão diferentes. Problemas e dificuldades multiplicados por 7, diversão e risadas também multiplicados por 7.
Ah, lembram-se do "éramos 7" do primeiro post? Então, fizemos amizade com um brasileiro chamado Oseas, que é dentista, nasceu em Ponta Grossa-PR, mas mora em São Paulo. Apelidei ele de Dr. Precavido, pois dia desses em Santiago me senti mal por ter tomado algumas doses de Pisco, e misturado com cerveja, e foi ele que me arrumou um remédio. Hoje fizemos rafting, e meus braços ficaram queimados pelo sol, aí ele disse que tinha pós sol.
Por falar em rafting hoje foi muito, mas muito gostoso a aventura pelo Rio Trancura. Fazia um calor "da bexiga", e a água estava trincando de gelada, e mesmo assim pulei várias vezes na água quando o guia gritava: chicos, adelante en la água.
Amanhã iremos escalar o vulcão Villarica, a subida será dura, e espero que todos possam chegar juntos ao topo. Se conseguirmos chegar ao topo, coloco a foto aqui.
Pra finalizar, adivinhem o que os meninos resolveram fazer aqui no Chile? Churrasco! Sim, rolou churrasquinho no hostel, com arroz e saladinha. Como não como carne, o Palinkas fez um omelete MUITO FODA pra mim, mas ele "carcô" o sal, porque achou que não tinha colocado da primeira vez.
OBS: No lado direito na foto, temos na seguinte ordem: Dr. Precavido, Eu e Maytê (que quase não aparece nessa foto).

sábado, 12 de janeiro de 2013

Big Brother Chile


Finalmente chegamos em nosso tão aguardado destino, e logo de cara tivemos la buena suerte de encontrar um taxista que falava muito bem o portunhol, e também (pelo visto) gostava muito de brasileiros (no caminho só escutávamos músicas brasileiras). Sua boa vontade não parou apenas na receptividade, e estendeu-se também a cordialidade, pois quando falamos que queríamos ir até Pucón, ele já nos levou no terminal da Turbus alegando que quanto mais tarde, mais fila pegaríamos. Oscar é o nome deste nosso primeiro “personagem”.
Durante o primeiro dia, tivemos mais outros personagens. A finlandesa, o guarda florestal, a nova-iorquina, os cariocas, enfim, gente de todo o canto. Tivemos nossas primeiras dores de cabeça e conflitos (normais em um grupo de 7 pessoas).
Não me sobra muito tempo para parar, e escrever (infelizmente), e digo que estou exercitando uma arte que há muito não fazia, desde a faculdade talvez, observar pessoas e capturar o momento (mesmo que não registrado por uma câmera).
Desculpem-me a falta de empolgação no post, mas acreditem em mim, está sendo muito bom, apesar dos pesares!

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Éramos Sete

É, apesar da ânsia pelo fim do mundo em 21 de dezembro, aparentemente o mundo ainda não acabou e conforme planejado, a viagem ainda está na programação.
Hoje é quinta-feira, falta um dia para meu último dia de trabalho. Na verdade, faltam poucas horas para meu último dia de trabalho, o fato é que nossa viagem pode ganhar um novo membro: Guilherme Batalha, que por coincidência também já trabalhou na FIS. A viagem, planejada há muito, virou uma grande excursão, e fico feliz por isso!
Falta pouco, tenho contando as horas pra chegar o momento em que vamos estar no aeroporto de Guarulhos, juntos de malas prontas.
Por enquanto, contento-me em ir ao mercado e comprar coisas para a viagem.

PS: O Neymar foi culpado de eu comprar esse "Tenys-pé" com a cara dele estampada.